Paraíba é um dos estados mais afetados do NE e manchas de óleo já atingem três reservas ambientais

A poluição ameaça a pesca de mais de 4 mil pessoas que vivem na região e podem afetar a vida de animais marinhos, como o peixe-boi (Trichechus manatus), que está na lista de espécies ameaçadas. (Foto: Reprodução)

Paraíba é o estado mais afetado do NE e manchas de óleo já atingem três reservas ambientais famosas na região. Os dados foram revelados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) registrou as áreas afetadas pela primeira vez na noite desta quinta-feira (10), no mais recente levantamento sobre o óleo nas praias.

Com isso, já são 12 as unidades federais de conservação atingidas pela poluição (veja lista abaixo) e 150 os pontos do litoral do Brasil com registros do petróleo.

Unidades de conservação atingidas pelo óleo

A Resex de Cururupu é a 12° unidade de conservação federal atingida
pela poluição, de acordo com o Instituto Brasileiro de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio).

Confira quais são as áreas, de acordo com levantamento desta sexta (11):

Área de Proteção Ambiental Barra do Rio Mamanguape (PB)

Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais (PE)

Área de Proteção Ambiental Delta do Parnaíba (PI)

Área de Proteção Ambiental Piaçabuçu (AL)

Área de Relevante Interesse Ecológico manguezais da Foz do Rio Mamanguape (PB)

Parque Nacional Jericoacoara (CE)

Parque Nacional Lençóis Maranhenses (MA)

Reserva Biológica Santa Isabel (SE)

Reserva Extrativista Acaú-goiana (PB)

Reserva Extrativista Marinha Lagoa do Jequiá (AL)

Reserva Extrativista Prainha Canto Verde (CE)

O óleo que polui as praias do Nordeste atingiu mais uma área de conservação da natureza: a Reserva Extrativista (Resex) Cururupu, no Maranhão, a 157 km de São Luis. A poluição ameaça a pesca de mais de 4 mil pessoas que vivem na região e podem afetar a vida de animais marinhos, como o peixe-boi (Trichechus manatus), que está na lista de espécies ameaçadas. O peixe-boi marinho foi, durante muito tempo, apenas uma lembrança na vida dos moradores mais antigos da região, conta Fonseca. Mas, do ano passado para cá, já houve dois relatos destes animais na região: primeiro, dois espécimes foram vistos em uma parte da reserva; depois, um casal e um filhote em outra área.

A reserva é formada por 15 ilhas, tem 185 mil hectares e foi delimitada em 2004 para preservar os modos de vida da população tradicional e garantir o uso sustentável dos recursos.

Mais de 90% dos manguezais de Cururupu estão preservados. A presença do óleo representa um risco à biodiversidade deste ambiente, já que é praticamente impossível remover o óleo do mangue, de acordo com Maria Christina Araújo, oceanógrafa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

A Reserva Biológica de Santa Isabel, no Sergipe, abriga a área prioritária de desova de tartarugas marinhas. De acordo com o ICBMbio, os ninhos foram e estão sendo protegidos. Desde o início de outubro, a soltura das tartarugas está suspensa em Sergipe. Biólogos estão identificando os ninhos nas areias e recolhendo os filhotes logo após o nascimento, transferindo-os para tanques para, depois, liberá-los no mar, em locais com ausência de petróleo, informou o ICMBio.

A ação de preservação e resgate destas tartarugas envolve cerca de 50 pessoas: 30 do ICMBio, 20 da Fundação Pró-Tamar de preservação da espécie e 9 brigadistas voluntários – 5 do Parque Nacional de Brasília (DF) e 4 da Estação Ecológica Raso da Catarina (PB).

Na Bahia, o Projeto Tamar também suspendeu a soltura de filhotes de tartarugas na praia por conta da contaminação que atingiu os municípios de Conde e Jandaíra, no Litoral Norte da Bahia.

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