O mercado financeiro tem dado sinais de alívio e otimismo com o Brasil. Neste ano, o real é a moeda que mais se valorizou em relação ao dólar, enquanto a bolsa brasileira ostenta o segundo melhor desempenho global.
Em 2019, a moeda brasileira já acumula valorização de 4,3% ante o dólar. Depois do real, o rublo, da Rússia (3,9%), e o rand, da África do Sul (3,6%), foram as moedas que mais se fortaleceram, segundo levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating.
Já a bolsa brasileira subiu 6,57%, o que significa um desempenho inferior apenas ao do índice Merval, da Agentina (11,95%), de acordo com a provedora de informações financeiras Economatica.
O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, a B3, fechou a semana a 93.658 pontos.
A valorização do real e a alta da bolsa são explicadas por fatores externos e internos. No cenário internacional, há uma redução nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China e sinais de que os juros devem subir menos do que o esperado na economia norte-americana – taxas mais altas nos EUA têm potencial para atrair recursos aplicados em países emergentes.
“Se analisarmos o que ocorreu no ano passado, houve um aumento de juros nos Estados Unidos e o crescimento da tensão entre EUA e China. Naquele momento, as moedas de países emergentes estavam se desvalorizando mais”, afirma o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. “Agora, há uma mudança nesse grau de preocupação.”
Nas últimas declarações, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Jerome Powell, tem indicado uma política monetária mais branda para a economia norte-americana. Por ora, a expectativa majoritária é que os juros subam mais duas vezes neste ano. Em 2018, foram quatro altas.
“A expectativa ainda é de duas altas nos juros, mas existe até a possibilidade de o Fed fazer uma pausa no curto prazo”, afirma o economista da consultoria Tendências Silvio Campos Neto. “A economia dos EUA ainda cresce num ritmo bom, o mercado de trabalho segue aquecido, mas o cenário econômico norte-americano passa por um ajuste, com a possibilidade de desaceleração.”
G1