Assumir a Presidência de uma Casa Legislativa nos municípios e estados é motivo de orgulho para qualquer parlamentar, mas alcançar esses postos em Brasília é algo digno de poucos, principalmente pela dificuldade imposta para se chegar à esses cargos.
Fazendo uma pesquisa mais aprofundada sobre as Presidências da Câmara e do Senado, verificamos que o Nordeste teve poucos representantes, caso que se aplica a Paraíba
Mas o número de paraibanos que irão chegar um dos mais importantes postos da política nacional tende a aumentar em breve, com a iminente eleição de Hugo Motta para a Presidência da Câmara em fevereiro de 2025.
Pensando nisso, o Polêmica Paraíba apresenta uma matéria relembrando os grande políticos paraibanos que foram Presidentes das Casas Legislativas em Brasília.
SENADO
Humberto Lucena: Lucena iniciou sua carreira política no PSD elegendo-se deputado estadual em 1950 e 1954 e deputado federal em 1958 e 1962.
Após o Golpe Militar de 1964 e a outorga do bipartidarismo ingressou no MDB, quando foi reeleito para um terceiro mandato em 1966. Nas eleições de 1970, tentou ser Senador pela primeira vez, mas acabou ficando apenas na terceira colocação.
Com um novo retorno à Câmara em 1974, Humberto tenta mais um mandato no Senado, mas mesmo ficando na segunda colocação, é eleito pois o número totais de votos do MDB, superou os votos de Ivan Bichara que foi o mais votado, mas que era apenas o único candidato da Arena.
Reeleito para um novo mandato em 1986, Lucena se torna Presidente do Senado em 1987, se tornando figura nacionalmente conhecida durante a aprovação da Constituição em 1988.
Impedido de exercer um novo mandato, pois ainda não existia o mecanismo de reeleição, o paraibano retorna para um segundo mandato de Presidente em 1993, fica novamente em evidência por estar no cargo durante a elaboração do Plano Real.
Após ser reeleito para um terceiro mandato de Senador em 1994, Lucena falece durante a legislatura, aos 69 anos, vitimado por problemas cardíacos em abril de 1998.
CÂMARA FEDERAL
Samuel Duarte: A carreira política de Samuel Duarte começa de um jeito um tanto quanto curioso. Trabalhando como Jornalista durante a morte de João Pessoa e a Revolução de 1930, Duarte começa a ficar conhecido pela sua atuação, sendo nomeado diretor de “A União”, onde ficou até outubro de 1934, mesmo ano no qual se candidatou a Deputado Federal pela primeira vez.
Após se eleger em sua primeira disputa política, Samuel teve sua carreira abruptamente interrompida com a implantação do Estado Novo em 1937. Retorna aos holofotes no Governo de Rui Carneiro, no cargo de Secretário Estadual de Interior e Justiça, pasta considerada a mais importante à época.
Com a renúncia de Carneiro para se candidatar novamente ao Governo, desta vez por via direta, Samuel assume o cargo entre 22 de outubro e 5 de novembro de 1945.
No ano seguinte, retorna para a Câmara Federal, sendo eleito Presidente da Câmara em 1947, ficando no cargo até 1949.
Após dois novos mandatos de Deputado, perde a eleição para o Senado em 1954 e em 1958 não consegue retornar para a Câmara Federal, abandonando a política.
Com a saída da política, retomou o trabalho focado no Direito, chegando ao cargo de Presidente da OAB Nacional entre 1967 e 1969, falecendo aos 74 anos em 3 de dezembro de 1979.
Efraim Morais: Filho do ex-Deputado e ex-Prefeito Inácio Bento de Morais, a trajetória de Efraim começa em 1982, quando é eleito Deputado Estadual, se reelegendo em 1986.
Na eleição seguinte decide alçar voos mais altos, quando se torna Deputado Federal, cargo que ocuparia por mais dois mandatos.
Foi no último de seus mandatos na Câmara que Efraim se torna Presidente da Casa. A única diferença em comparação a Humberto Lucena e Samuel Duarte é que Morais não foi diretamente eleito para o cargo.
Vice-Presidente da Casa durante o mandato de Aécio Neves, Efraim assumiu a Presidência após a renúncia de Neves, que havia ganho à disputa pelo Governo de Minas nas eleições de 2002.
Ficando no cargo apenas entre Dezembro de 2002 e Fevereiro de 2003, Morais foi o Presidente da Câmara durante a posse de Lula no dia 1 de fevereiro.
Logo após a posse do novo Presidente, deixou a Câmara para assumir o mandato de Senador, ficando em Brasília até 2010, quando não conseguiu se reeleger.