Em João Pessoa, onde recebeu na noite deste sábado (26) o título de Cidadão Pessoense, o ex-presidente Lula (PT) voltou a reafirmar sua inocência no tocante às acusações que responde na operação Lava Jato. Mesmo dizendo evitar falar do assunto, o petista voltou a cobrar a apresentação de provas e disse que o seu governo é que está em julgamento.
“Se apresentarem alguma prova eu virei aqui pedir desculpas ao povo de João Pessoa, porque agora sou cidadão”, disse o petista.
“Eu nessa viagem decidi não falar da Lava Jato porque estou deixando para o Moro [Sérgio] e os advogados discutirem. Essa gente já está há três anos nessa operação. Eu defendo para todos o que defendo para mim, condene quando tiver provas. Eu desafio ao Ministério Público, o juiz, e a Polícia Federal a mostrar um centavo na minha vida que tenha sido ganho de forma ilegal. Eu estou aqui para dizer para vocês que têm provas de inocência no meu processo e estou esperando que eles apresentem uma prova de culpa. O que eles estão julgando na verdade não é o Lula pessoalmente”, disse.
“Até agora nenhum canalha teve coragem de dizer que tem alguma coisa de errada minha. Eles estão julgando não é o erro do Lula, é a forma que a gente governou esse país”, completou.
Segundo o ex-presidente, a oposição tenta impedir sua candidatura à presidência em 2018 como forma de justificar o impeachment de Dilma Rousseff. “Eu não sei o que vai acontecer daqui pra frente no país, mas vou continuar andando. Hoje eu tenho consciência do que está acontecendo no país. Se eles não tentarem impedir a minha candidatura, eles não têm como explicar o golpe. Aí o golpe não fecha. Eu não sei o que eles estão tramando, mas eles vão ter que trabalhar muito”, declarou.
Ao longo de quase um hora de discurso, Lula criticou a utilização política dos meios de comunicação e falou sobre os anúncios de privatização do Governo Federal. “O que está em jogo é a destruição do patrimônio brasileiro. Estão fazendo rápido porque eles sabem que, se a gente voltar, vamos desfazer tudo”, afirmou.
Lula falou ainda sobre as desigualdades entre o Nordeste e o Sudeste, citou o avanço das classes mais pobres e afirmou que patamar de igualdade incomoda os mais ricos. “Eu quando fui eleito presidente sabia da responsabilidade que tinha. Era muita coragem do povo votar em um cidadão sem experiência e sem diploma. Eu estava cansado de ver o Nordeste passando na TV por conta da seca. Eu estava cansado de ver crescer a indústria do caminhão pipa, de ver fotografia de gado morrendo de sede, gente bebendo água na beira de um açude. Quando assumi a presidência pensei em dar um jeito no Nordeste e nós começamos a trazer benefícios”, afirmou.
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