A 33 dias do fim do cadastramento biométrico, a Paraíba ainda tem cerca de 300 mil eleitores não cadastrados até agora. O quantitativo é considerado alto pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) e vem gerando preocupação por parte dos membros da Corte. A presidente do TRE-PB, Maria das Graças Morais Guedes, disse, nesta segunda-feira (9), que vai traçar estratégias para intensificar o esforço com vistas a estimular os eleitores a fazerem o cadastramento biométrico.
O desembargador Romero Marcelo, vice-presidente do TRE, acredita que a baixa procura dos eleitores pelo cadastramento biométrico também se deva à dificuldade de transporte, sobretudo no interior, e na opinião dele e de outros membros da Corte, há necessidade de maior engajamento dos juízes eleitorais para chamar os eleitores, com campanhas e ações voltadas para esse trabalho.
Para o juiz Antônio Carneiro de Paiva Júnior, se não houver o engajamento dos juízes, 30 dias não serão suficientes para avançar nesse índice de revisão.
O recadastramento segue durante o mês de novembro. Quem não participar da revisão, terá o título eleitoral cancelado e vai ficar de fora do processo eleitoral de 2018.
Atualmente, a Paraíba tem 70,69% do eleitorado recadastrado no sistema de biometria, conforme dados coletados neste dia 9 de outubro. Alguns municípios estão mais atrasados do que outros. Itabaiana, por exemplo, está com apenas 59% do eleitorado revisado. Já Tacima, 48%, Conde, 47%, Mato Grosso, 41,52%, Santana de Mangueira, 36,12%, Riachão do Bacamarte, 29,85%, e Juripiranga, 25,21%, estão com os menores índices.
Conforme os dados do TRE, foram revisados até agora 728.184 eleitores na Paraíba, faltando revisar 1.030.201 eleitores. Considerando a média de procura dos últimos cinco dias, 3.607 eleitores, a Paraíba só atingiria 80% do eleitorado restante em 29 dias. Ou seja, 20% do eleitorado pode ficar fora do cadastro. O processo de revisão começou no dia 12 de maio.
“Com o cadastramento biométrico, que vai exigir a comprovação de residência, ele não se apresenta. Se não se apresenta, é porque está em outra Zona Eleitoral, e possivelmente, seja a da Capital e de Campina Grande. É a presunção que se tem”, analisou Romero Marcelo. Se assim for, o desembargador acredita que no final do prazo esses eleitores procurem fazer o cadastramento às vésperas do fechamendo do cadastro, gerando grandes filas no final do processo de cadastramento.
A presidente do TRE lembrou que o não cadastramento biométrico pode implicar na perda do CPF e, com isso, uma série de benefícios. “Essa questão do eleitor que não procura os seus municípios, devem ser estudantes que moram fora, na Capital ou Campina Grande, trabalhadores”, avaliou a presidente.
Em alguns municípios, o prazo vai até 30 de novembro. Em outros, faltam apenas 33 dias para o fim do prazo.
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