Alckmin apresenta seu nome para presidência do PSDB

Após um jantar de duas horas em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin confirmou na noite desta segunda -feira a desistência do senador Tasso Jereissati e do governador Marconi Perillo de disputar a presidência do PSDB. Num jogo de cena combinado com ambos mais o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para não atropelar ritos do partido, Alckmin evitou anunciar que será o proximo comandante da legenda, embora seja uma decisão já acertada como revelou O GLOBO.

– Ambos (Tasso e Marconi) me disseram que abririam mão de suas pré-candidaturas caso eu tivesse disposição de participar. Agradeci a generosidade e desprendimento dos dois e, se meu nome puder unir e fortalecer o partido como instrumento de mudança para o Brasil, é nosso dever (aceitar) – afirmou o governador.

Tasso, Perillo e FH deixaram a sede do governo paulista, após jantar no qual o cardápio principal foi pizza, sem dar entrevista.

Na tentativa de dar “ares” de que a escolha do futuro presidente tucano será uma construção de todo o partido – e não da cúpula da sigla – Alckmin refutou fazer qualquer avaliação sobre sua gestão à frente da legenda a partir de dezembro.

– Quem escolhe a Executiva é o diretório nacional. Isso acontecerá no dia 9 de dezembro.

Ele também não antecipou nenhuma informação sobre o acordo para preencher os demais cargos da direção do partido.

ANÁLISE: Acordo que coloca Alckmin na presidência do PSDB não resolve imagem do partido

– Isso não está definido.

Mas adotou um tom pacificador para a acomodação de todas as alas da sigla.

– Vamos ter uma Executiva da mais representativa do partido.

Para não ter problemas mais adiante com sua participação em uma eventual prévia já na presidência do PSDB, Alckmin afirmou que será criada esta semana uma comissão que organizará o processo de escolha do próximo presidenciável tucano.

Mais cedo, o governador defendeu não haver incompatibilidade entre ser presidente do PSDB e disputar prévia para 2018.

PERILLO PEDE CARGOS NA EXECUTIVA

Fechado o acordo para Alckmin ser a “terceira via” para presidir o partido na eleição do novo Diretório e Executiva nacionais do PSDB, em dezembro, o governador de Goiás, Marconi Perillo, pediu um prazo para comunicar sua decisão aos aliados que apoiaram sua candidatura, antes do anúncio oficial. Na reunião no Palácio dos Bandeirantes, agora à noite, Perillo pediu ainda a participação de representantes de seu grupo político na composição da Executiva nacional, a ser presidida por Alckmin. E que o pleito do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, de participar das prévias para escolha do candidato tucano ao Planalto, seja respeitado.

Além da presidência do PSDB, há os 21 cargos-chave da Executiva nacional: vice-presidentes, secretário geral, tesoureiro, gerente corporativo e presidente do Instituto Teotônio Vilela, por exemplo. O senador Tasso Jereissatti, segundo relato de um dos presentes, comunicou que não vai disputar mais nada, nem cargos na Executiva.

Em declaração mais cedo, ao sair de um encontro com deputados do diretório estadual do partido em São Paulo, Tasso defendeu a não participação, na Executiva, de membros do grupo, que, segundo ele, contribuiu para o desgaste da imagem do partido. Ele , entretanto, não citou o nome do presidente licenciado, Aécio Neves (MG), com quem teve a relação abalada após seu afastamento da presidência interina do partido.

Segundo esse relato, Tasso e Marconi “tiveram uma conversa de altíssimo nível, respeitosa e tranquila”. Os dois foram conversando até o carro.

— Marconi se considera vitorioso. Saiu maior do que entrou. Sempre quis a unidade e , ao final, ajudou no consenso. Saiu mais fortalecido. Iria vencer e abriu mão. Mostrou compromisso com o partido e a unidade — avaliou um de seus aliados após o jantar com a cúpula tucana em São Paulo.

O Globo