Cantoria de Viola e homenagens a Inácio da Catingueira marcam noite desta terça-feira (19), em Patos

A Prefeitura Municipal de Patos através da Fundap, realizou na noite desta terça-feira (19), uma homenagem ao poeta e repentista brasileiro, Inácio da Catingueira.

O evento faz parte da programação alusiva ao aniversário de 118 anos da Capital do Sertão e contou com a presença do prefeito Nabor Wanderley, Secretários municipais e da Secretária de Cultura do município de  Catingueira, Juliana Nóbrega.

Além da apresentação artística dos Irmãos Pereira, teve o lançamento do livro onde conta a história do poeta brasileiro Inácio da Catingueira.

Conheçam um pouco da história de Inácio da Catingueira:

Inácio da Catingueira nasceu em 31 de julho de 1845 foi um escravo, poeta, cantador e repentista brasileiro. Analfabeto e de pai desconhecido, sequer tinha sobrenome e, por isso, ficou conhecido como Inácio da Catingueira por ter nascido e crescido, escravizado, em Catingueira na Paraíba.

Inácio veio a falecer em 1878 em decorrência de uma pneumonia, em consequência de trabalhos no campo, com pouco mais de trinta e três anos de idade. Seu corpo não foi sepultado na fazenda, como de praxe faziam com os escravos. Repousa em uma praça, no centro da cidade, a qual leva o seu nome, tendo, inclusive, uma estátua em sua homenagem.

Há mais de um século que a história de Inácio da Catingueira é contada em versos pelo sertão nordestino, seja na voz dos repentistas ou nas páginas dos cordéis. Negro, escravo e analfabeto, esse cantador virou um herói no sertão da Paraíba, e sua trajetória ajuda a desvendar um pouco da história do nordeste brasileiro.

Francisco Romano da Teixeira.

Este cantador era tema de diversos cordéis, retratando principalmente sua histórica peleja com Inácio da Catingueira, na cidade de Patos. O encontro dos dois, que teria acontecido em julho de 1874, costuma ser descrito como o maior de todos os duelos de repentistas. Naquela época, Romano era o cantador mais famoso do sertão paraibano, e teria relutado em duelar com um escravo analfabeto.

Inácio da Catingueira ainda usava um instrumento considerado menos nobre, o pandeiro. Em uma peleja, o repentista pode sair vitorioso de dois modos, levando seu adversário a errar, ou colocando uma questão que ele não consiga responder. Romano, que tinha acesso à literatura e conhecia até mesmo a mitologia grega, levava grande vantagem ao lançar as perguntas.

As diversas versões da história variam sobre quem teria vencido o duelo. Na verdade uma delas teria sido decisiva para provocar o erro de Romano.

Pelos códigos sociais da época, um escravo não poderia sentar para pelejar com um homem livre, de modo que Inácio ficou o tempo todo do duelo que chegou a durar horas em pé, de frente para o adversário. Assim, seu pandeiro ficava próximo ao rosto do Romano, que se irritou a ponto de perder a concentração e errar seus versos. Apesar de algumas versões relatarem que Inácio teria ganhado sua alforria ao derrotar Romano.

Fonte: Ascom Fundap