Somente entre os meses de junho e dezembro de 2018 a cidade de João Pessoa registrou 600 casos suspeitos de esporotricose, uma doença altamente contagiosa transmitida por fungo a animais e humanos. De acordo com dados apurados pelo ClickPB junto ao Centro de Zoonoses de João Pessoa, dos 600 casos suspeitos, foram confirmados 397.
Somente 10 casos foram registrados em cachorros enquanto os demais 387 aconteceram com gatos. 70% dos casos foram registrados em animais machos. Os gatos acabam sendo os animais maios cometidos pela doença, que é transmitida por um fungo encontrado em jardins ou na terra, ou ainda no contato com outros animais.
A dispersão da doença acontece em todo o município de João Pessoa. A maior incidência de casos é registrada no bairro de Mangabeira VIII, no conjunto Cidade Verde, segundo o Centro de Zoonoses informou ao ClickPB.
Os dados de 2019 ainda estão sendo consolidados e avaliados pelo Centro de Zoonoses. O número de casos registrados em pessoas não foi divulgado ainda. De acordo com o Centro de Zoonoses, a esporotricose ainda não é uma grave notificação compulsória. A Vigilância Epidemiológica da SMS, em parceria com o Hospital Universitário Lauro Wanderlei (HULW) que é a referência para o tratamento em seres humanos, tem realizado o levantamento dos primeiros casos notificados em pessoas.
A orientação é que o animal suspeito dessa doença seja levado para o veterinário, pois o Zoonoses não faz a avaliação clínica. Em uma clínica veterinária, o animal poderá ser avaliado e fazer o tratamento sempre que possível.
O que é a doença
De acordo com o MS, a esporotricose é uma micose subcutânea que surge quando o fungo do gênero Sporothrix entra no organismo, por meio de uma ferida na pele. A doença pode afetar tanto humanos quanto animais. A infecção ocorre, principalmente, pelo contato do fungo na pele ou mucosa por meio de trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira; contato com vegetais em decomposição e arranhadura ou mordedura de animais doentes. Em humanos, pode se manifestar de forma cutânea, linfocutânea, extracutânea e esporotricose disseminada, que acontece quando a doença se espalha para outros locais do organismo, com comprometimento de vários órgãos e/ou sistemas (pulmão, ossos, fígado).
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