A noite deste domingo, dia 24, foi marcada pela inauguração da Casa de Candomblé Ilê Maroketu Ase Abebe Omin. O espaço fica localizado no Bairro Dona Milindra, em Patos, e contou também com convidados de outras religiões que respeitam e estudam a diversidade religiosa presente no Brasil.
Cânticos, preces e orações foram ofertadas aos orixás na cerimônia que deu boas vindas a 2ª Casa de Candomblé. O Pai de Santo Kennedy de Ossain, que reside em Recife, esteve presente na cerimônia. Ele comandou a festa e concedeu entrevista para desmistificar algumas questões presentes na religião afro-brasileira mais influente no Brasil. “Toda cantiga ela tem uma representatividade…todos os nossos cânticos são voltados para nossas orações e as nossas orações são entoadas com esses presságios dos orixás”, relatou Kennedy.
A Casa de Candomblé também é considerada um ponto de apoio para ações da própria comunidade e pode ser frequentado por qualquer pessoa. A religião enfrentou e ainda enfrenta muito preconceito devido à falta de compreensão devido ao conjunto dos orixás que são cultuados nas cerimônias. Cada orixá está ligado a representatividade da própria natureza. “Nós cultuamos as criações de Deus…falamos de Oxum e Oxum é o rio. O rio foi criação de Deus. Iemanjá é o mar. Criação de Deus…o conjunto dos elementos orixás são todos os elementos criados por Deus. Buscamos tentar passar isso, infelizmente nem todo mundo busca ter essa compreensão e daí vem as questões das críticas e as intolerâncias”, relatou Kennedy.
Presente na solenidade, o professor e pesquisador Irenaldo Pereira disse que a cerimônia é importante para dar visibilidade aos povos que são da religião afro-brasileira. “A gente percebe que tanto o Candomblé quanto a Umbanda, a gente percebe que é um espaço que é invisibilizado. Um espaço como esse você percebe a diversidade que está aqui em nosso meio e em nossa cidade. A partir dessa diversidade temos que compreender a questão humana e cultural. Quando a gente é convidado para participar de um espaço como esse, a gente vem para mostrar a questão do respeito a diversidade, a crença e, acima de tudo, para compreender um pouco esse desafio que é a questão religiosa no âmbito da universidade, da escola…”, comentou Irenaldo.
Jozivan Antero – Patosonline.com