As mulheres continuam vivendo mais na Paraíba e a diferença da esperança de vida ao nascer entre elas e os homens é de 7,8 anos. Os dados estão na Tábua de Mortalidade 2017, divulgada nessa quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento na expectativa de vida das mulheres paraibanas foi menor que 1,%, de 2016 para 2017, e ainda segue abaixo da média nacional.
Ao nascer a esperança de vida das mulheres que residem na Paraíba é chegar pelo menos até os 77,4 anos. Conforme a pesquisa, o Estado tem o quarto melhor índice de longevidade feminina do Nordeste e o 17º do País. Para dona Maria José dos Santos, o segredo para chegar bem à terceira idade é levar cuidar da saúde e relevar as preocupações da vida.
“A pessoa tem que ter uma boa alimentação, sem exagerar no açúcar, na gordura, e também fazer alguma atividade, nem que seja uma caminhadinha”, disse a aposentada.
Aos 63 anos, ela corre todos os dias nas ruas de João Pessoa, saindo do bairro de Cruz das Armas, onde mora, em direção ao Parque da Lagoa, no Centro, e depois seguindo em direção a orla da Capital. “Adoro correr. É bom para a minha saúde e uma diversão”, frisou Maria José, que adotou o hábito desde 2005.
Os números da Paraíba seguem a tendência nacional de crescimento na esperança de vida ao nascer. “No Brasil, tendemos a convergir para o nível dos países desenvolvidos, que estão na faixa dos 83 anos. É uma diferença ainda considerável, mas, se pensarmos que existem países na faixa dos 50 anos, vemos que estamos mais próximos dessa faixa superior”, explica o pesquisador do IBGE Marcio Minamiguchi.
Sobremortalidade
Quanto à diferença de cerca de oito anos, da esperança de vida ao nascer, entre homens e mulheres na Paraíba, o indicador ultrapassa a média nacional (7,1 anos).
Conforme análise da pesquisa, um dos fatores responsáveis por essa diferença de longevidade é a sobremortalidade masculina, que é a maior mortalidade da população masculina em relação à feminina. Essas mortes masculinas podem estar relacionadas a causas externas, como homicídios, suicídios, acidentes de trânsito, afogamentos, entre outras.
Coincidentemente, a Tábua de Mortalidade informa que os maiores índices de diferença de esperança de vida entre homens e mulheres estão na região Nordeste, onde os indicadores de mortes violentas ainda são agravantes.
Mortalidade infantil cai
Na Paraíba, conforme a Tábua de Mortalidade 2017, foram registradas 15,4 mortes para cada mil crianças menores do que um ano. O índice caiu 4,34% em relação a 2016. Apesar disso, esse indicador continua acima do índice nacional, que chegou a 12,8. Na análise de Marcio Minamiguchi, essas mortes são causadas, predominantemente, por doenças congênitas, como a má formação. “No grupo de 1 a 4 anos, predominam causas ligadas ao ambiente em que a criança vive, como a falta de saneamento básico. No grupo de até 1 ano, temos muitos óbitos que ocorrem nas primeiras semanas de vida da criança, causadas sobretudo por doenças congênitas”, explica.
Katiana Ramos – Correio da Paraíba