Paraíba registra 4º caso de malária: saiba o que está sendo feito no combate à doença no estado

Na última sexta-feira (3), a Paraíba registrou o quarto caso de malária. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, um idoso de 60 anos, do município do Conde, Região Metropolitana de João Pessoa, foi diagnosticado com a doença. Ele foi transferido para o Hospital Universitário, na Capital.

O primeiro caso registrado da doença este ano foi o de uma mulher de 35 anos. Ela passou por tratamento e recebeu alta. Logo em seguida, um homem de 53 anos também apresentou a doença. Medicado, o paciente deixou o hospital no dia 12 de abril. O terceiro paciente, uma mulher de 40 anos, após 11 dias internada no HU, teve alta médica no dia 22 de abril. Com exceção do segundo paciente, todos os outros residem no município do Conde. No entanto, a segunda vítima da doença, embora seja moradora do município de Tavares, trabalha no Conde.

MALÁRIA

A doença não é comum no estado. A malária pode ser transmitida através da picada da fêmea do mosquito Anopheles, ou através do contato de uma corrente sanguínea com o sangue contaminado, ou seja, numa transfusão de sangue, por exemplo.

SINTOMAS

De acordo com os órgãos de saúde, a população deve estar atenta a sintomas como febre alta, calafrios, tremores, sudorese, dor de cabeça, náuseas, vômitos, cansaço e falta de apetite.

Nos casos mais graves da doença, o paciente diagnosticado pode apresentar quadros de prostração, alteração da consciência, dispnéia ou hiperventilação, convulsões, hipotensão arterial ou choque e hemorragias.

TRATAMENTO

Após o diagnóstico, o paciente recebe o tratamento em regime ambulatorial, com comprimidos que são fornecidos gratuitamente em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente os casos graves deverão ser hospitalizados de imediato.

O tratamento indicado depende de alguns fatores, como a espécie do protozoário infectante; a idade do paciente; condições associadas, tais como gravidez e outros problemas de saúde; além da gravidade da doença.

O QUE ESTÁ SENDO FEITO CONTRA A DOENÇA NA PARAÍBA

Apesar de não ser uma área comum da doença no país, o município do Conde já registrou quatro casos da malária. Diante do quadro, o município, a Secretaria de Estado da Saúde e o Governo Federal desenvolveram ações e adotam medidas para evitar o surto da doença na região.

Na cidade do Conde, todas as unidades de saúde funcionam para receber pessoas com possíveis sintomas. Ainda nestas unidades, são realizados testes de Gota Espessa, um dos responsáveis pelo diagnóstico.

Após capacitação sobre a malária, agentes de saúde, comunitários, assim como, profissionais da área de enfermagem, realizam visitas em residências à procura de focos do mosquito. A prefeitura também disponibilizou material informativo e o telefone (83) 9 8187.6740 para que a população possa tirar dúvidas.

A Secretaria de Estado da Saúde também tem sido uma forte aliada no combate à malária na região. O órgão tem disponibilizado a pulverização (fumacê) de inseticida no município para combater a presença do mosquito causador da malária. Os veículos equipados com borrifadores percorrem regiões urbanas e rurais. Profissionais técnicos qualificados também foram enviados ao Conde para a capacitação de profissionais locais a respeito da doença.

O Governo Federal autorizou o envio de testes rápidos de malária para complementar o estoque estadual. A Paraíba também tem sido abastecida com medicamento para o tratamento da doença. As informações foram repassadas pelo Ministério da Saúde, no dia 9 de abril, que disse acompanhar a Paraíba para prestar o apoio necessário no combate à malária.

ORIENTAÇÕES

Para a secretária de Saúde do Conde, Renata Martins, é imprescindível que a população participe ativamente no combate ao mosquito. “A população está compreendendo que o combate vai além das ações realizadas pela Prefeitura. A conscientização deve estar em cada um. Só assim vamos conseguir evitar que novos casos apareçam”, ressaltou.

A prefeitura orienta à população a fazer uso de repelentes, roupas claras, mosqueteiros e evitar áreas onde o mosquito transmissor costuma se reproduzir e agir (áreas de mata e rios, principalmente no início da manhã e final da tarde).

Os moradores do Conde também devem evitar doar sangue durante um mês, após o registro dos casos de malária na cidade. Essa recomendação está entre as orientações da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

O MOSQUITO

O Anopheles (ou mosquito grego) quando infectado pelo protozoário Plasmodium, é o principal responsável pela contaminação. Estes mosquitos são mais abundantes ao entardecer e ao amanhecer. No entanto, são encontrados picando durante todo o período noturno, mas em menor quantidade.

PB Agora