O governo de Pernambuco confirmou, nesta segunda-feira (20), a primeira morte de paciente com Influenza A H3N2, que tem provocado surtos de gripe em estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Até essa data, o estado passou a totalizar 43 casos da doença no estado, sendo 42 diagnosticados por exame laboratorial e um por critérios clínicos, dos quais oito são graves (veja vídeo acima).
Com isso, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), foi detectada transmissão comunitária da H3N2 no estado. Isso significa que não é mais possível rastrear de onde veio o contágio, como ocorre em casos importados ou de transmissão local.
A morte do paciente ocorreu no domingo (19). A informação foi divulgada pelo secretário estadual de Saúde, André Longo, durante coletiva de imprensa na sede da SES, no bairro Bongi, na Zona Oeste do Recife, na tarde desta segunda-feira (20). A vítima da doença é um morador da capital pernambucana.
“O paciente que morreu era um paciente renal crônico de 46 anos. Já há circulação comunitária da Influenza em Pernambuco. As evidências laboratoriais coincidem com os relatos das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e as unidades básicas, que apontaram um aumento no número de pacientes com sintomas gripais, muitos deles com resultado negativo para Covid”, afirmou Longo.
Uma variante do vírus H3N2, chamada de Darwin, foi identificada em circulação no Brasil. O secretário também afirmou que ainda não se sabe se os novos casos são da variante Darwin, já que as amostras positivas serão enviadas a um laboratório de referência para sequenciamento genético.
“Tudo indica que seja [a variante Darwin]. Não era de se esperar que não chegasse influenza em Pernambuco. Até estranhávamos o fato de estar circulando influenza em outros estados e aqui não”, afirmou André Longo.
Os 43 casos da Influenza A H3N2 registrados em Pernambuco foram detectados depois que pessoas com síndrome gripal fizeram testes da Covid-19 que deram negativos e, assim, foram testados para outros vírus.
De acordo com o chefe do setor de infectologia do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, Demétrius Montenegro, apesar de serem doenças diferentes, as formas de prevenção da Influenza e da Covid-19 são as mesmas.
“Estamos num momento em que precisamos definir e destingir as duas doenças e de prevenção. A maior arma que temos e estamos observando que as pessoas estão abrindo mão dessa arma é a máscara”, afirmou Montenegro.