A Polícia Civil da Paraíba instaurou inquérito para apurar a origem de 16 notas falsas de R$ 100 que foram entregues a um comerciante de João Pessoa. O material foi periciado e apresentou características muito semelhantes às cédulas originais. O caso, que está sendo investigado pela 4ª Delegacia Distrital, no bairro do Geisel, acende o sinal amarelo para os cuidados que a população deve ter na hora de receber alguma quantia em dinheiro.
O dinheiro que circula no Brasil é produzido pela Casa da Moeda, que criou uma série de itens de segurança para impedir a falsificação das cédulas. Textura do papel, marca d’água e fio de segurança são apenas alguns dos muitos elementos presentes nas notas que indicam a originalidade delas.
Mesmo aprimorando as técnicas para tentar copiar o dinheiro, os criminosos encontram muita dificuldade em falsificar os sinais indicadores presentes nas cédulas verdadeiras. É o que garante o perito criminal e superintendente do Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC/PB), Reynaldo Araújo Lucena.
Ele afirma que as notas da “família” Real possuem sinais de identificação que podem ser observados por qualquer pessoa e a olho nu. “Tem a marca d’água e o quebra-cabeça, que são imagens que podem ser vistas ao segurar a cédula contra a luz. Também tem um relevo nas notas, que podem ser sentidos com a ponta dos dedos. As notas também têm símbolos táteis que podem ser percebidos por deficientes visuais”, declarou.
Até a tinta usada nas notas foi criada para impedir a falsificação. Por meio do procedimento chamado de “calcografia”, as cédulas recebem uma coloração especial. “É uma impressão de alta qualidade. Mas, ao mesmo tempo, não seca totalmente. Se alguém esfregar o dinheiro em um papel branco, vai perceber que parte dessa cor será transferida para o papel. Mas não ocorre nenhum problema com o dinheiro. Essa tinta é muito parecida com uma cera”, afirmou.
Como detectar uma falsificação
Segundo a Casa da Moeda, as características que ajudam a distinguir uma nota verdadeira de uma falsa são:
Efígie
Figura de mulher que personifica o regime republicano e do próprio estado onde esse regime vigora. No Brasil, esse símbolo está impresso em todas as cédulas do Real. Na frente, na lateral direita da efígie da República, encontra-se a inscrição “Deus seja louvado”.
Legendas
Todas as notas da Segunda Família do Real têm as legendas “República Federativa do Brasil”, na frente, e “Banco Central do Brasil”, no verso
Chancelas
São as assinaturas do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central, presente em todas notas.
Numeração
A numeração é única e identifica cada nota, sendo impressa duas vezes no verso: em azul, no canto inferior esquerdo, e em vermelho, em tamanhos crescentes, na parte superior direita.
Papel moeda
As cédulas são impressas em papel fiduciário composto de fibras de algodão. Esse papel tem uma textura mais firme e áspera que a do papel comum, o que lhe dá a resistência necessária para circulação nas mais diversas condições de manuseio.
Marca d’água e quebra-cabeça
São símbolos visíveis a olho nu, quando a nota é observada contra a luz. A marca d’água apresenta figuras de animais. Ela não é impressa no papel, mas criada durante a fabricação do papel.
Fio de Segurança
O Fio de Segurança está presente nas notas de 10, 20, 50 e 100 reais. É colocado no papel durante a sua fabricação e fica totalmente embutido. Ele está localizado na área da efígie da República, próximo ao meio da nota, e fica visível quando ela é colocada contra a luz. Nesse fio está escrito o valor da nota.
Alto-relevo e faixas holográficas
O alto-relevo está presente em algumas áreas das notas, a exemplo das figuras dos animais e dos valores. Eles podem ser sentidos com a ponta dos dedos das mãos. Já as faixas holográficas ficam na lateral das notas e aparecem quando estão contra a luz. Quando aparecem, mostram o valor da cédula impresso no interior da faixa.
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