O presidente estadual do PSB, Edvaldo Rosas, vem colhendo alguns espinhos desde que assumiu o cargo de Secretário Chefe de Governo, a convite do governador João Azevedo. Depois de enfrentar uma defesa pública e transparente, encabeçada pelas deputadas Estela Bezerra e Cida Ramos, de que deveria renunciar ao cargo de presidente da legenda em razão da posse no Governo do Estado, o dirigente socialista acompanha movimentação interna que pode selar, de uma maneira mais prática, seu destino: a coleta de assinaturas para uma renúncia coletiva de toda a Executiva Estadual do PSB.
Isso forçaria, de acordo com o Regimento Interno, a criação de uma comissão provisória, não antes do afastamento de Rosas da presidência da legenda, até realização de novas eleições. E teria efeito bem mais prático do que apenas as declarações públicas de líderes socialistas que defendem abertamente a saída de Rosas da presidência do PSB, apesar de negarem qualquer tipo de racha interno.
A deputada Estela é uma delas. Mesmo destacando e elogiando a nomeação de Rosas para secretário de Governo, a socialista, num debate franco e aberto, fez a defesa de substituição do nome de Rosas pelo nome do ex-governador Ricardo Coutinho. Ao justificar, ela destacou o tamanho da representação de Ricardo bem como seu papel em favor do crescimento da legenda.
“Ricardo é, sem sombra de dúvidas, o nome para a presidência do partido. Renunciou tudo para dar continuidade ao projeto. Hoje, é reconhecido em todo país pela postura, pela forma de gestão, por tudo que realizou nos oitos anos de governo e pela defesa da democracia. Sem dúvidas, seria o melhor nome para comandar a legenda no Estado”, defendeu em entrevistas à imprensa local. Ela falou que trata-se de uma questão de alternância no comando do partido e de disponibilidade de tempo para cuidar das questões partidárias.
As declarações causaram um certo frisson no interior do partido.
Rosas, que sempre foi muito ligado ao ex-governador Ricardo Coutinho, chegou a veicular nota na imprensa destacando o crescimento do partido durante sua gestão, numa tentativa de demonstrar “seu valor”.
Questionado sobre o tema, o governador João Azevedo declarou que não vislumbrava problema alguma na manutenção de Edvaldo Rosas na presidência do PSB. A imprensa correu para ouvir a de Estela sobre a posição do governador. E ela manteve a posição. Mas garantiu que não se trata de racha interno nem muito menos crê que o partido chegaria a uma condição de “bater chapas” pelo comando da legenda. Para Estela, é uma questão de justiça e lógica.
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