Saúde orienta sobre febre amarela para quem vai viajar

O carnaval está chegando e muitas pessoas aproveitam a época para viajar. Mas a depender do seu destino, é necessário ficar atento se o local é uma área endêmica para febre amarela. Caso seja, o viajante precisa tomar, com antecedência de pelo menos 10 dias, a vacina contra a doença.

Em João Pessoa, a população pode se dirigir ao Centro Municipal de Imunização, localizado por trás do antigo Lactário da Torre. De acordo com o Chefe da Sessão de Imunização da Prefeitura de João Pessoa, Fernando Virgolino, o município não sofre da falta de vacinas e que o estoque é reposto semanalmente.

Sobre o período pré-carnavalesco, Fernando afirmou que não há necessidade de aumentar a imunização, já que a Paraíba não é uma área endêmica. Sobre os turistas que virão ao estado, ele afirmou que é necessário que já venham imunizados. “As pessoas que vêm de áreas endêmicas para a Paraíba devem vir vacinadas porque lá essa imunização é rotineira”, afirmou.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado, a Paraíba é considerada área livre para febre amarela, sem circulação viral. O órgão afirmou ainda que de 2018 até fevereiro de 2019, foram aplicadas 25.778 doses.

O órgão afirmou ainda que antes tomava-se uma dose da vacina e com dez anos depois tomava o reforço. Foi realizado estudo que ficou comprovado que apenas uma dose imuniza. Então, hoje só se toma uma dose e não precisa mais tomar a vacina pelo resto da vida.

Imunização no Sertão

A 6ª Gerência Regional de Saúde informou que a vacina contra febre amarela, oferecida para quem viaja para áreas de risco, estará disponível na próxima semana nos dias 25 (segunda-feira) e no dia 27 (quarta-feira), no horário da manhã.

Normalmente, o atendimento direcionado a esse público acontece apenas às segundas-feiras, porém, devido ao feriadão de carnaval, a oferta da vacina foi ampliada para mais um dia da semana. O atendimento regular voltará no dia 11 de março. Cerca de 60 pessoas são vacinadas por mês na sede da 6ª Gerência, em Patos.

Febre amarela

A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. Geralmente, quem contrai esse vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias.

A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre a amarela.

Prevenção

Como a transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de mosquitos Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita evitando sua disseminação. Os mosquitos criam-se na água e proliferam-se dentro dos domicílios e suas adjacências. Qualquer recipiente como caixas d’água, latas e pneus contendo água limpa são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito ponha seus ovos, de onde nascerão larvas que, após desenvolverem-se na água, se tornarão novos mosquitos.

Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados. Para eliminar o mosquito adulto, em caso de epidemia de dengue ou febre amarela, deve-se fazer a aplicação de inseticida através do “fumacê”.

Além disso, devem ser tomadas medidas de proteção individual, como a vacinação contra a febre amarela, especialmente para aqueles que moram ou vão viajar para áreas com indícios da doença. Outras medidas preventivas são o uso de repelente de insetos, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo.

Período de maior contágio

A população que mora em áreas recomendadas para a vacina da febre amarela deve buscar a vacinação antes do início do verão, período de maior risco de transmissão da doença. O alerta do Ministério da Saúde se dá porque áreas recém-afetadas e com grande contingente populacional, como as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, ainda possuem um quantitativo elevado de pessoas não vacinadas, ou seja, que estão sob risco de adoecer. A doença tem alta letalidade, em torno de 40%, o que torna a situação mais grave.

Desde o surto registrado em dezembro de 2017, a vacinação para febre amarela foi ampliada para 4.469 municípios. Isso se deu, a partir da inclusão de 940 cidades localizadas principalmente nas proximidades das capitais e áreas metropolitanas das regiões Sudeste e Sul do Brasil, onde houve evidência da circulação viral. A cobertura vacinal deve ser de, no mínimo, 95% da população.

Áreas endêmicas

De acordo com o Ministério de Saúde, os estados com casos já confirmados de febre amarela são: Distrito Federal (1), Espírito Santo (6), Minas Gerais (532), Rio de Janeiro (282), São Paulo (555). No Brasil, já são 1.376 casos confirmados e 483 mortes.

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