O Processo de transferência de padres de uma paróquia para outra é um ato comum, previsto pelo Direito Canônico e que ocorre por diversos motivos, tendo em vista a vida eclesial e as necessidades pastorais. Tais mudanças partem da autoridade episcopal, mas não se caracterizam por gestos de arbitrariedade do bispo diocesano, uma vez que são avaliadas pelo Conselho Presbiteral (formado por bispo e padres) e apresentadas com antecedência, para consenso, aos padres transferidos.
O Cânon 1748, do Código de Direito Canônico diz que “Se o bem das almas ou a necessidade ou utilidade da Igreja exigirem que o pároco seja transferido de sua paróquia, que dirige com eficiência, para outra paróquia ou para outro ofício, o Bispo proponha-lhe a transferência por escrito e o aconselhe a consentir, por amor a Deus e às almas”, evidenciando o processo como algo salutar para a vida da Igreja e para crescimento do povo de Deus.
Também no Código de Direito Canônico, no Cânon 1752, afirma-se que nas causas de transferência deve se ter, diante dos olhos “… a salvação das almas, que deve ser sempre a lei suprema na Igreja”. Isto, porque é próprio da vocação sacerdotal doar-se pelo rebanho, esteja ele onde estiver, uma vez que cada padre tem em vista ser um pastor segundo o coração de Deus, que guia as ovelhas com conhecimento e sabedoria (Jr. 3,15).
O Papa Francisco, no dia dois de maio deste ano, escreveu aos párocos, por ocasião do Encontro Internacional “Os Párocos em prol do Sínodo”, dirigindo-se aos padres do mundo inteiro. Em dos parágrafos da carta, o Papa afirma: “O Senhor que nos chamou e consagrou convida-nos, hoje, a pôr-nos à escuta da voz do seu Espírito e a mover-nos na direção que Ele nos indica. Duma coisa, podemos estar certos: não nos deixará faltar a sua graça. Ao longo do caminho, descobriremos também como libertar o nosso serviço de tudo aquilo que o torna mais cansativo e descobrir o seu núcleo mais autêntico: anunciar a Palavra e reunir a comunidade na fração do pão.”.
É certo que todo processo de mudança traz consigo desafios, e em se tratando de uma transferência de sacerdotes para novas paróquias ou funções, pode ocasionar tristeza por parte dos que com eles conviveram e usufruíram de seus pastoreios. Mas, é preciso recordar que, os dons e talentos destes mesmos padres serão fecundados em outros lugares, que deles precisam, auxiliando na edificação do Reino de Deus, que como a semente de mostarda e a porção do fermento, fazem crescer e germinar vida nova para inúmeras pessoas.
Fonte: Departamento de Comunicação da Diocese de Patos